Briguei com as palavras
desentendi-me verbalmente
esqueci-me de que sou feita delas
fechei os olhos e os ouvidos
para seu poder em mim
corri, fugi das vozes que ecoavam
de minha alma
não queria ouvi-las
queria que me deixassem em paz
mas volto rendida
e redimida
ei-las aqui
ei-las sempre
elas jamais se foram
jamais irão
Elzenir Apolinário
Minha querida
ResponderExcluirAs palavras vivem em nós, esperando apenas o momento que as libertemos...e adorei ler-te novamente.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
As palavras jamais sairão de quem gosta delas, de quem vive delas, de quem as trata tão bem como você, porque a palavra é nosso dom. Dizem que palavras são só palavras, só se e for pra quem não sabe usar. beijos e parabéns.
ResponderExcluirOi, Elzenir, boa tarde!!
ResponderExcluirBrigar com as palavras exige a formidável coragem de se deixar abraçar pelo silêncio. No início, aliado nosso, ele seduz, encanta, parece realmente ser aquele amigo injustamente tão rejeitado... Mas o passar do tempo, e o sentir que somente os ponteiros do relógio fazem som, e a necessidade de compartilhar, e a saudade de ouvir vão nos mostrando que a reconciliação com as palavras é uma necessidade de continuidade de vida. O silêncio é perfeito por muitos momentos, por muitos segundos, por muitas brigas que com as palavras tivermos... Mas a palavra é insubstituível, na sequência da vida... As palavras sempre estarão presentes, quanto mais na vida de uma grande escritora!
Um beijo carinhoso
Doces sonhos
Lello
Por que terás brigado?! Terá alguma palavra tua denunciado um sentimento teu não correspondido? Ou, ao contrário, terá alguma palavra de alguém te magoado tanto que tentaste esquecer o convívio delas e recolher-te ao silêncio? Contudo, não pudeste e não podes abaster-te do que em ti é essência, do que em ti é fogo contra os invernos e flor sobre os campos orvalhados. A palavra, o poema, a própria poesia da vida habita tua alma tão ricamente que jamais se irá de ti – antes, em ti, sempre encontrará a fonte inesgotável de encantamento que te faz ser quem és. Beijossssssssss
ResponderExcluirVejo, aqui, um poema ao nível dos teus poemas atuais: belo, melódico, com uma ponta de dubiedade que em ti é tão bela, e acima de tudo intimista e extremamente romântico, o que é tua marca registrada e uma raridade em tudo que leio no mundo da poesia. Beijossssssss
Acho que briguei mesmo com os sentimentos que me feriram. Eu me recolhi em uma concha e fugi das palavras que tanto me encantaram. Mas como vês, elas estão comigo, sempre estiveram. Abçs
ResponderExcluir