Por um instante, meus olhos não te viram
estavam cegos pelo medo de amar
mas nos recônditos do peito
ainda um coração em pulsações moribundas
Não, não ouça as palavras que saem de meus lábios
eles murmuram sons incompreensíveis
apenas fique aqui e olhe para mim...
Meus olhos se abrem e não te vejo
perdeste-te de mim?
Em memórias distantes vejo teu rosto
Meus braços querem te abraçar
mas um vento forte te levou daqui
Ando então seguindo seus rastros
caminhas depressa?
Não. Sejas leve no passo para que eu o alcance
Seja aqui seu repouso, seu porto, seu ninho.
Elzenir Apolinário