SABEDORIA

Como é feliz o homem que acha a sabedoria, o homem que obtém entendimento, pois a sabedoria é mais proveitosa que a prata e rende mais que o ouro. É mais preciosa que rubis; nada do que você possa desejar se compara a ela. Na mão direita, a sabedoria lhe garante a vida longa, na mão esquerda, riquezas e honra. Os caminhos da sabedoria são caminhos agradáveis e todas as suas veredas são paz. (Provérbios 3:13-17)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

VOU-ME EMBORA PRA MINHA PASÁRGADA

Vou- me embora pra minha pasárgada
lá caminho estreito entre lágrimas e vento
lua, suave observo a escuridão
Atento, sussurro lábios em triste tom
meus passos pesados pela madrugada
ecoam profunda dor
gritando alto sangram frio e cruel passado

Vou-me embora pra minha pasárgada
lá, nas lápides não há lembranças
das noites de vassidão herética
frente ao cemitério calado e escuro
cujos fantasmas pactuam em ritos
com toda a sorte de dor
num reino esquecido de névoas e sombras
em algum lugar do coração

Vou- me embora pra minha pasárgada
onde sou a brisa gélida que espreita catacumbas
vagando certeira, buscando moribundos
que antes mesmo que se retirem para as tumbas
sentirão arder na carne a perdição de mil mundos

Vou-me embora pra minha pasárgada
mórbida, prossegue a procissão
um coro intenso leva as vozes em prantos
desatando em desespero sublime
doce alimento, predatória refeição
dos pássaros carniceiros mergulhando
na própria sorte a cerca da morte

Vou-me embora pra minha pasárgada
lá há um lindo campo
rodeado por paisagens verdes e floridas
onde poderei deitar sobre duas árvores de cerejeiras
onde a morte esperada, como um tumor no peito
chega com a falta de ar, o desespero
vou-me embora...

Releitura de Charles Muller (3º ano EM)

18 comentários:

  1. Olá Elzenir
    Acredito que todos nós temos uma pasárgada, onde sempre estamos nos refugiando, onde nossos sonhos podem acontecer e a dor nos doa memnos.
    Bjux

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  2. Charles Miller Fagundes de Araujo25 de agosto de 2010 às 11:46

    Meu poema.
    O Blog, ficou legal, como te falei gosto de poemas, apesar de não ser bom para memorizar os autores nem eles.

    Mas parabéns, talvez eu refaça o meu =D

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  3. Minha querida
    Muito lindo este poema.

    Deixo beijinhos
    Sonhadora

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  4. Wander, tinha a ideia de fazer a minha releitura do poema de Manoel Bandeira, mas Charles me mostrou a releitura dele, então, está aí. Ainda não desisti da minha. Bjs

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  5. Charles, a poesia nasce na alma de seres sensíveis, não precisamos memorizar poemas porque os temos talhados na alma. Parabéns, meu aluno, por criar com muita autenticidade sua Pasárgada. Bjs

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  6. Sonhadora, lembrei-me de vc mesmo quando o li, pois sempre nos apresenta poemas de aguda dor, mas belíssimos. Bjs

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  7. Todos temos um paraiso perfeito...

    Poesia bonita.

    Fique com Deus, menina Elzenir.
    Um abraço.

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  8. Essa poesia me deu medo. Tenso.
    O vídeo da postagem anterior eu gostei. Fiz comentário lá também.
    Abraço

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  9. Bonita a "releitura" do seu aluno!
    Esse poema "persegue-nos" com a beleza dos versos, a cadência única, e a utopia do reino de Pasárgada, o Paraíso Perdido?
    Um beijo grande
    falcão

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  10. Te saludo con cariño, y me doy cuenta que una cierta nostalgia inunda tus palabras...
    Un beso!!

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  11. Daniel, todos nós temos nossa Pasárgada e cada um a cria de forma peculiar. Bjs

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  12. Anderson, percebi em Charles uma busca de sua identidade, ele sempre começa seus poemas de forma sombria, mas no final procura a luz em paisagens plácidas e repousantes. Ele está em busca de si mesmo. Mas sei que ele é luz. Bjs

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  13. MJ FALCÃO.Neste poema Charles acredita que a Pasárgada seja a morte e a chegada ao paraíso. Passa por lugares sombrios até repousar tranquilo. Bjs

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  14. Carmem, saudades de vc. A nostalgia é o tempero da vida, por ela lembramos de momentos felizes. Obrigada pelo carinho.Bjs

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  15. Que interessante, adorei... todos nós temos essa necessidade em algum momento da vida, e/ou em alguns momentos...beijo, beijoooooo Lindona!

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  16. Sim, Charles está se descobrindo...Bjs, amiga.

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  17. Faz tempo desde esse poema..
    Boas lembranças.
    By: Charles Muller...

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  18. Novamente, faz tempo desde esse poema.
    Ótimas lembranças.
    Atenciosamente, Müller, Charles ~

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