Observando o comportamento das pessoas em novos tempos, percebo como o amor anda gasto, desacreditado e frívolo, ou seja, não que o amor esteja com os dias contados, mas a pressa que nos move alterou significativamente nossa forma de amar ou de nos relacionarmos. Há uma urgência em avançar os passos simples para o começo de uma boa relação ou o descrédito amoroso têm produzido entre os seres humanos uma relação superficial com o outro, uma desconfiança latente em todos nós sobre quem é o outro e isto resulta em entregas vazias de significado ou sentimento.
Coisas simples como andar de bicicleta juntos, caminhar apenas investindo em uma boa conversa para descobrir o universo alheio foram substituídas por "ficadas" fugazes e sem envolvimento. Queremos descobrir o corpo do outro, antes de saber suas aspirações, sonhos ou até escolha partidária, acho que este é um feito desastrado para se fugir do envolvimento, pois o ato de conhecer, o outro representa uma ameaça de envolvimento. Alguns chegam a se afastar da pessoas quando sentem o sentimento já incomodar. Há correntes psicológicas que apregoam que o homem moderno tem medo de amar, mas acho esta consideração resumitiva demais para ser verdadeira. Possivelmente, o homem se esconde atrás deste escudo conveniente a suas relações vazias e desprovidas de envolvimento, mantendo assim, sua libertinagem e desrespeito com o próximo e consigo mesmo.
Amor nasce sem explicação, mas simples gestos podem aproximar pessoas. O ficar pode até trazer esperanças vãs, no entanto, o que vale mesmo é o querer se aproximar do outro, senti-lo. Prova disto são os bons relacionamentos que surgiram de boas amizades. E acredito que amor e amizade andam juntos e engrandecem uma relação, que construída sobre esta base tem grandes chances de dar certo. Ficar por uma noite, transar e até nunca mais , é um empobrecimento das relações humanas; mais que isto, deixa um rombo na alma e um vazio no coração. E o que será do amor em meio às transitividades modernas? Padecerá ou se fortalecerá entres os descontentes com a banalização das relações amorosas.
Elzenir Apolinário
Há que se ressaltar que o amor não mudou,e não podemos generalizar;por mais que seja comum hj em dia a pressa,o melhor de amar continua sendo o ser que te toca,encanta e desperta.A nossa maior dificuldade hj, é dar e ter tempo ,para si,paro o outro e principalmente para o "Nós".
ResponderExcluirNossa fuga do amor é que marca a mudança, nossas atitudes é que precisam ser repensadas. Bj
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