SABEDORIA

Como é feliz o homem que acha a sabedoria, o homem que obtém entendimento, pois a sabedoria é mais proveitosa que a prata e rende mais que o ouro. É mais preciosa que rubis; nada do que você possa desejar se compara a ela. Na mão direita, a sabedoria lhe garante a vida longa, na mão esquerda, riquezas e honra. Os caminhos da sabedoria são caminhos agradáveis e todas as suas veredas são paz. (Provérbios 3:13-17)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O MEDO DE AMAR


seu medo de amar me afasta, mas também me atrai
um medo incomum e inexplicável que toma conta de seu ser

se não sabes, também tenho medo, mas é de te perder

se fujo do amor, fujo de mim mesmo

se abraço o amor, encontro o mais puro sentimento em mim

o medo de amar é desumano e maior que nós

mas ame...ame, mesmo que dilacere seu coração

não ouça a voz do medo, e sim a do desejo

não sejas como os covardes; amor é para os fortes e decididos

não queira disfarçar o que já está escrito em seu olhar

o medo de arriscar te impede de viver

o medo de perder te faz perder a chance de ser feliz

dor e alegria, sim, andam junto da palavra amor

ainda assim vale a pena amar, melhor que ser

uma concha vazia, um lago mudo ou um campo sem flor

medo, vai embora porque é chegada a hora do amor

Elzenir Apolinário

14 comentários:

  1. Interessante, mas com certeza, há alguém que tomou uma decisão com este poema (apesar que se os dois tomarem, melhor ainda)...

    Fique com Deus, menina Elzenir.
    Um abraço.

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  2. Seres feitos de amor,não podem tolerar o medo de amar,pois a sua natureza é gritante.Não temos medo do amor,temos medo de não sermos amados,de não sermos aceitos,de estar a sós com nosso eu;e essa sensação de insegurança é tanto maior quanto nos afastamos da fonte Divina.Temos que nos preencher de auto amor(e para amar a si, ninguém precisa de outro alguém).Para experienciar o amor em sua plenitude,precisamos compartilhá-lo...corajosamente,sem necessitar de nada em troca.Amor não combina com necessidade,isso é carência.Amor é emanação e não é desejo.
    Mas o melhor de tudo é aventurar-se nesses caminhos.

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  3. Amanda, obrigada, apenas quis falar do mal do século, pois vejo que o medo de amar se tornou recorrente em nossos dias. Bjs

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  4. Daniel, espero que muitas pessoas tomem a decisão com este poema, pois sei que há mtas nesta situação de dúvida, medo e incerteza, reflexo dos dias atuais.Mas, como disse, amor é para os fortes e a força sempre encoraja a mudar as atitudes.Obrigada.Bjs

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  5. Fabíola, quem não tem medo? Claro que todos nós temos,o que importa é a forma como encaramos este medo: com coragem ou covardia. Muitos seguem os sentimentos e deixam o amor acontecer, outros fogem da verdade ou de si mesmos. Independente da condição ou da situação deve-se levar em conta que o medo é o sentimento negativo mais forte, portanto devemos enfrentá-lo, seja o medo de qualquer coisa. Linda releitura como sempre. Bjs

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  6. Olá!!!

    Desculpe minhas ausências...
    Mas espero agora recomeçar e para isso te convido para participar da comemoração de dois anos do meu blog!!! Apareça por lá e concorra a um livro!!!

    Enorme abraço.
    http://psicologico-al.blogspot.com/2010/10/ano-ii-blogagem-coletiva-e-convidadas_4669.html

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  7. Olá, menina, eu também ando sem tempo para as visitas, fim de ano é fogo!!! Mas vamos comemorar. Bjs

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  8. Minha querida
    Quando somos feridas de alguma maneira, fica em nós um medo quase irracional de nos dar-mos novamente.
    Lindo poema.

    Beijinhos com carinho
    Sonhadora

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  9. Sonhadora, entendo isto, mas percebo as pessoas usarem o medo como escudo para a covardia. Grande beijo.

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  10. Cabe, aqui, um poema de Drummond de que gosto muito.

    Relógio do Rosário
    Era tão claro o dia, mas a treva,
    do som baixando, em seu baixar me leva

    pelo âmago de tudo, e no mais fundo
    decifro o choro pânico do mundo,

    que se entrelaça no meu próprio choro,
    e compomos os dois um vasto coro.

    Oh dor individual, afrodisíaco
    selo gravado em plano dionisíaco,

    a desdobrar-se, tal um fogo incerto,
    em qualquer um mostrando o ser deserto,

    dor primeira e geral, esparramada,
    nutrindo-se do sal do próprio nada,

    convertendo-se, turva e minuciosa,
    em mil pequena dor, qual mais raivosa,

    prelibando o momento bom de doer,
    a invocá-lo, se custa a aparecer,

    dor de tudo e de todos, dor sem nome,
    ativa mesmo se a memória some,

    dor do rei e da roca, dor da cousa
    indistinta e universa, onde repousa

    tão habitual e rica de pungência
    como um fruto maduro, uma vivência,

    dor dos bichos, oclusa nos focinhos,
    nas caudas titilantes, nos arminhos,

    dor do espaço e do caos e das esferas,
    do tempo que há de vir, das velhas eras!

    Não é pois todo amor alvo divino,
    e mais aguda seta que o destino?

    Não é motor de tudo e nossa única
    fonte de luz, na luz de sua túnica?

    O amor elide a face… Ele murmura
    algo que foge, e é brisa, e fala impura.

    O amor não nos explica. E nada basta,
    nada é de natureza assim tão casta

    que não macule ou perca sua essência
    ao contato furioso da existência.

    Nem existir é mais que um exercício
    de pesquisar de vida um vago indício,

    a provar a nós mesmos que, vivendo,
    estamos para doer, estamos doendo.

    Mas, na dourada praça do Rosário,
    foi-se, no som, a sombra. O columbário

    já cinza se concentra, pó de tumbas,
    já se permite azul, risco de pombas.

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  11. Cabe, aqui, um poema de Drummond, do qual gosto muito.

    Relógio do Rosário
    Era tão claro o dia, mas a treva,
    do som baixando, em seu baixar me leva

    pelo âmago de tudo, e no mais fundo
    decifro o choro pânico do mundo,

    que se entrelaça no meu próprio choro,
    e compomos os dois um vasto coro.

    Oh dor individual, afrodisíaco
    selo gravado em plano dionisíaco,

    a desdobrar-se, tal um fogo incerto,
    em qualquer um mostrando o ser deserto,

    dor primeira e geral, esparramada,
    nutrindo-se do sal do próprio nada,

    convertendo-se, turva e minuciosa,
    em mil pequena dor, qual mais raivosa,

    prelibando o momento bom de doer,
    a invocá-lo, se custa a aparecer,

    dor de tudo e de todos, dor sem nome,
    ativa mesmo se a memória some,

    dor do rei e da roca, dor da cousa
    indistinta e universa, onde repousa

    tão habitual e rica de pungência
    como um fruto maduro, uma vivência,

    dor dos bichos, oclusa nos focinhos,
    nas caudas titilantes, nos arminhos,

    dor do espaço e do caos e das esferas,
    do tempo que há de vir, das velhas eras!

    Não é pois todo amor alvo divino,
    e mais aguda seta que o destino?

    Não é motor de tudo e nossa única
    fonte de luz, na luz de sua túnica?

    O amor elide a face… Ele murmura
    algo que foge, e é brisa, e fala impura.

    O amor não nos explica. E nada basta,
    nada é de natureza assim tão casta

    que não macule ou perca sua essência
    ao contato furioso da existência.

    Nem existir é mais que um exercício
    de pesquisar de vida um vago indício,

    a provar a nós mesmos que, vivendo,
    estamos para doer, estamos doendo.

    Mas, na dourada praça do Rosário,
    foi-se, no som, a sombra. O columbário

    já cinza se concentra, pó de tumbas,
    já se permite azul, risco de pombas.

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  12. Grande poetisa és um prazer te-la a seguir em meu blog ,quando der venha me visitar.bjs

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  13. Bela Flor, obrigada pelos elogios, estou muito atarefada, mas aguarde minha visita. Bjs

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Releituras