Em noite de incertezas, a insônia atormenta-me
olho para um canto escuro de meu quarto
e em um relampejo de luz vejo
uma forma que vai se aproximando devagar
Cabelos longos que emolduram seu belo rosto
Ela fitava-me longamente e sorria
Não sei se era um anjo ou uma deusa
mas meus olhos se inebriaram nas curvas de
seu corpo e no brilho que irradiava
Ela se aproxima e toca-me suavemente
com suas mãos cálidas que se apoderam
de meu corpo e tornam-me seu servo
enquanto meus pensamentos voam
enquanto meus pensamentos voam
para longe...para o infinito...
Seus olhos encontram o meus
e hipnotizam-me dizendo mais que palavras
Ela se curva e toca meus lábios
sedentos por aquele beijo
Não queria dormir e nem acordar
queria aprisionar-me
naquele instante mágico
Nossos corpos entrelaçam-se docemente
E o que senti guardo em
reticências...
Elzenir Apolinário
Tal é a noite de incertezas e reticências... Viveu-se ou foi sonho, tudo aquilo que aconteceu e cujo sentimento é proibido expressar? Se foi sonho, terá sido o sonho de uma insônia?
ResponderExcluirComo é belo o que escreveste! Tudo que fascina, tudo que transpõe reticências da poetisa para o leitor, é chama que aquece a alma, é doce que atiça a imaginação. Não há muito que dizer-se. Porque, tal qual o poema, o que sentimos desse poema é reticente, e é melhor guardar num coração eivado de admiração! Abraçossssssss
Obrigada, pelas belas palavras de sempre, Lucas, é um prazer sempre ler seus comentários tão edificantes. Abçs
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