
À espreita ele vigiava sua vítima, ela inocente nem sabia do mal que a cercava. Ele chegou de mansinho antecipado por alguns de seus amigos e tomou conta de todo o espaço. Pobre ser que se deixou ludibriar pelas artimanhas do monstro branco. Não sabia que comprava uma passagem só de ida para as trevas. O monstro dominou todo aquele corpo e demarcou seu território. Nada poderia ameaçar seu reinado, a vítima já era toda sua. Forças já não bastavam para expulsar aquele mal. Mas eis que surge uma vontade imensa de lutar baseada no amor que se sente por si mesmo. O fim da luta chegou. A vítima, que passou a se amar de verdade, venceu.
Esta foi uma metáfora para falar dos perigos da droga mais consumida atualmente, o letal crack. Nada sabemos sobre seu poder de destruição, nada sabemos do corpo dominado por ele. Nada sabemos sobre o futuro da humanidade se seu império se instaurar de vez na sociedade.
Elzenir Apolinário