
Uma criança vive em mim
e se esconde em corpo de uma mulher,
às vezes, mansa, às vezes feroz
se preciso pode ser homem, se preciso é mulher
às vezes séria , às vezes moleca.
Diante das tempestades da vida
quer se aconchegar
no colo da mãe, no colo do amado
ou no colo de amigos.
Aquela mesma criança que se encantava
com o cheiro das flores de maio
que se alegrava com os raios de sol e
contemplava demoradamente pela janela a chuva na colina.
corria como o vento
caia, chorava, mas logo se levantava
para correr outra vez,
não se cansava das brincadeiras.
uma menina alegre e tímida que observava as pessoas
e o mundo a sua volta fazendo suas reflexões,
a mesma menina que ,indignada, tentava aceitar
aquilo que não entendia.
Esta criança é conhecida por dois nomes,
mas reconhecida no brilho de meus olhos
e estampada no largo e fácil sorriso
aparente em minha face.
ELZENIR APOLINÁRIO