
Escrevo para viver o instante
para sentir-me viva
as palavras ecoam da mente e vão morar no papel
escrevo para resguardar uma emoção que se perde em horas mortas
mas as palavras não me pertencem elas brincam com meu frágil ser
sou escrava delas, em mim fazem morada, depois voam para longe
escrevo como alguém que busca a nascente de si mesma e se afasta do rumo certo
escrevo para encontrar nas palavras o nada, pois elas nada dizem
palavras se exalam como o perfume no ar
palavras não têm rumo certo
vêm e vão, ninguém sabe de onde, para onde.
Elzenir Apolinário