SABEDORIA

Como é feliz o homem que acha a sabedoria, o homem que obtém entendimento, pois a sabedoria é mais proveitosa que a prata e rende mais que o ouro. É mais preciosa que rubis; nada do que você possa desejar se compara a ela. Na mão direita, a sabedoria lhe garante a vida longa, na mão esquerda, riquezas e honra. Os caminhos da sabedoria são caminhos agradáveis e todas as suas veredas são paz. (Provérbios 3:13-17)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

AMOORRRR! VOCATIVO BANAL

AMOOOOORRR!!!





Amoooooorrrrrrrrr!!! Seria uma piada ou apenas um banal vocativo dos nossos tempos? Como é incrível perceber as pessoas clamamando falsamente uma palavra tão doce. Há pessoas que dizem eu te amo no primeiro encontro... alegando que é um sentimento profundo e arrebatador...O que pensariam os antigos que demoraram anos para construir seus amores, pois amavam na convivência?


É angustiante ver uma pessoa falar mal da outra e no mesmo instante chamá-la de amor. Será que tudo é amor? Ou estamos buscando-o com tanta voracidade que o estamos banalizando? As perguntas são muitas e as respostas, vagas; enquanto alguns se lambuzam de falso amor.

Amor, verdadeiro não carece de expressão constante. Apenas um olhar é capaz de expressar o que mil palavras não conseguiriam. É mesmo para rir o comportamento patético de alguns casais, que se derramam de amores exalando superficialidade. não estou dizendo que não exista amor de verdade, mas amor bonito não precisa de demonstrações constantes, apenas de alguém que o sinta verdadeiramente no fundo da alma.


Elzenir Apolinário

quarta-feira, 15 de junho de 2011

À PROCURA DA POESIA



Eu procuro a poesia como alguém que

saiu de casa sem destino

dou a volta no mundo e aproximo palavras

busco o som suave das rimas ou o silêncio dos

versos brancos

Busco a poesia em paredes rotas

em espaços vazios..

corro por entre as nuvens do pensamento

sofregamente quero encontrá-la

para desfazê-la

As palavras soltas ao vento

fogem de mim, tento encontrá-las

nos rostos estranhos da multidão

podem se esconder em qualquer lugar

principalmente em um triste olhar


A poesia já não é mais minha

ganhou forma e cores próprias

talvez nem a reconheça quando passar

talvez eu finja ser poeta para me aproximar

amo as palavras ... continuo a procurar

Elzenir Apolinário

sábado, 11 de junho de 2011

TER OU NÃO TER NAMORADO



Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo.

Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção.A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira:basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes,dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas,medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.


Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade,ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar. Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas,de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia,ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágicoou foguete interplanetário.


Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem nãogosta de falar do próprio amor nem de ficar horase horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele;abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a criançae a do amado e vai com ela a parques, fliperamas,beira d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz.Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmoe quem tem medo de ser afetivo.


Se você não tem namorado é porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada.Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.


Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e,de repente, parecer que faz sentido.



Mestre Carlos Drummond de Andrade


Para Abelardo e Heloisa; Romeu e Julieta; Tristão e Isolda, Cleo e Daniel; Otelo e Desdêmona.


Elzenir A polinário

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A COBRA E O VAGALUME




Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um vagalume que só vivia para brilhar.Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir.Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada...No terceiro dia, já sem forças o vagalume parou e disse à cobra:

- Posso fazer três perguntas ?

- Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que vou te comer mesmo, pode perguntar...

- Pertenço a sua cadeia alimentar ?

- Não.

- Te fiz alguma coisa ?

- Não.

- Então por que você quer me comer ?

- PORQUE NÃO SUPORTO VER VOCÊ BRILHAR...



Pensem nisso e selecionem as pessoas em quem confiar.
AD.