


O ano começa com um triste poema...um drama com várias cenas desoladoras tendo como atores principais, os pobres brasileiros. O que dizer às pessoas que perderam tudo o que construiram durante uma vida inteira em uma enchente? Sinto muito? Esta é a tragédia a que assistimos todos os anos no Brasil, um país que gasta milhões,- quando não são desviados para os bolsos de não se sabe quem-, em obras de recuperação de encostas e cidades , quando deveria gastar com prevenção. A impressão é de que o fim do mundo é aqui.
Como a vida das pessoas pode ser tão insignificante para as autoridades incompetentes, que dormem em camas quente enquanto famílias inteiras são dizimadas pelas águas ou pelas terras. Pontes, estradas e a dignidade estão sendo levadas e como falar de esperança para quem perdeu tudo? É desumano viver em um país que não protege seus cidadãos. Seria um pacto com a mídia? Pois tragédias vendem jornais e marcam pontos na audiência, pode até ser mirabolante esta afirmação, mas não é de todo refutável. Estamos acostumados a assistir escândalos que dão ibope e à exploração da desgraça alheia.
Os sobreviventes das enchentes choram, mas deveriam gritar, gritar para que possam ser ouvidos, para que ganhem atenção da sociedade, não podemos permitir que aqueles que elegemos virem as costas para os que sofrem. Valemos mais que nosso poder de voto que com certeza levou os candidatos a subir morros e descer os vales em busca de votos deixando promessas aos miseráveis.
Desde pequenos, ouvimos a máxima de que poderíamos mudar o mundo e que o Brasil é o país do futuro, diante das circunstâncias, ainda podemos mudar o mundo com a nossa voz, mas o Brasil se tornou o país da vergonha. Somente um boicote geral nas eleições poderia salvar a dignidade da terra de Vera Cruz e seus filhos.
Elzenir Apolinário