
2012, O livro de Eli, A estrada. Será que o homem está preocupado com seu fim? A indústria cinematográfica deixa estes indícios. Os três filmes mencionados são uma tentativa nostradâmica de desvendar o fim dos tempos. Mas das três produções, uma desperta mais inquietações: A estrada, por seu teor dramático e reflexivo. Pai e o filho tentam sobreviver em um mundo que sobrou das cinzas, devastado pela maldade, a fome e a destruição. Na ânsia de sobreviver em meio ao caos, o ser humano compara-se aos animais perdendo totalmente o senso de humanidade. As pessoas mais frágeis tornam-se caças para os mais fortes, é que como a comida era escassa, a única saída para a sobrevivência era o antropofagismo.
O mais impressionante no filme é que a criança tenta manter aceso o" fogo interior", a bondade que nunca deve ser apagada dos corações e que os diferencia dos demais sobreviventes enlouquecidos, tanto é que o menino leva o pai a questionar várias vezes suas atitudes tempestivas para protegê-lo. No mundo que restou, as pessoas têm medo das outras, ninguém é confiável, e o medo é o pior dos sentimentos negativos, pois leva a atitudes drásticas e desumanas.
Como podemos ser feios por dentro...esta é a reflexão que o filme nos deixa. Fazemos um mergulho ao mais fundo de nosso espírito egoísta e percebemos que a raça humana deveria ter sido totalmente extinta, pois diante de situações desesperadoras, não se sabe em que espécie de seres vivos podemos nos transformar. Contudo fica a pergunta: será esta nossa essência verdadeira?
Elzenir Apolinário