
Suas ruas contam histórias
seus becos escondem segredos
ecos de dor e glória
suas janelas infinitas
relembram acenos de dois amantes
em tardes plácidas e indeléveis
Sua escuridão ressuscita sofrimentosde outrora,
poder e fé dividem suas esquinas
e o metal valioso consome seus dias de paz
mas suas ladeiras reavivam na memória
a alegria das noites boêmias
Suas casinhas tão próximas escondem
a distância entre as classes
as minas são tristes painéis da condição humana
dos pequenos que dormiam irrequietos
embaixo do sono tranquilo da cidadezinha
O lenço que acenava ao longe
silenciou-seos amores tórridos e os não correspondidos
ficaram em algum beco esquecido de seu passado
fora de seu pequeno vale a vida continua ...
Elzenir Apolinário